Governo tenta implantar lei para regular funcionamento de grandes eventos esportivos, mas secretário da FIFA pede adiamento do projeto para depois do Mundial de 2010.
BLOEMFONTEIN (África do Sul) - Helicópteros prontos para qualquer tipo de emergência em cada estádio, uma ambulância para cada 5 mil torcedores, 50 policiais para cada grupo de mil espectadores e um relatório completo sobre grandes eventos esportivos à disposição da polícia com seis meses de antecedência.
Essas são algumas das idéias a serem colocadas em prática caso seja aprovada a Lei para Segurança em Eventos Esportivos e Recreativos do governo sul-africano. Embora à primeira vista pareçam atitudes adequadas à prevenção de problemas em qualquer grande evento, a nova lei pode não entrar em vigor imediatamente justamente a pedido da FIFA.
A entidade responsável pela administração do futebol mundial pediu o arquivamento do projeto alegando que ele violaria algumas das garantias assumidas pela Associação de Futebol da África do Sul (SAFA, na sigla em inglês) e pelo governo do país. Garantias que, por sua vez, teriam sido fundamentais na decisão de realizar a primeira Copa no continente africano.
A lei também obrigaria a instalação de sistema de vigilância por vídeo em todos os estádios do país, além de determinar regras para o banimento de torcedores desordeiros e a criminalização do racismo e mau comportamento nas arquibancadas.
O secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke, no entanto, escreveu uma carta ao Departamento de Esportes e Recreação, pedindo ao governo sul-africano que repense a versão inicial do projeto de lei.
“Além de novas regulamentações internas do país, o projeto traria um grande impacto na organização da Copa do Mundo”, afirmou o dirigente.
A explicação para a resistência da FIFA à nova lei é que ela violaria acordos assumidos, já que durante o evento, é a própria FIFA a responsável pelo controle de segurança do lado de dentro dos estádios.
Com a nova lei, a entidade teria de abrir mão de direitos que lhes foram garantidos pelo governo, principalmente em relação às questões de notificar a polícia sobre grandes jogos com antecedência de seis meses e a criação de um comando central responsável pela segurança nas partidas.
Segundo o advogado do Departamento de Esportes e Recreação, Gideon Boshoff, todas as preocupações da FIFA serão abordadas nas discussões em relação à proposta de lei.
Texto: Levi Guimarães, enviado do site IG Esportes para a Afríca do Sul.
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